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Full talent artist from acting, photography and plastic arts!
Mad ou crazy dreams, não são apenas sonhos desfeitos ou demasiado loucos para serem escritos, talvez sejam devaneios ou desvios da rota normal, para rir, chorar ou saborear como um chocolate… Sonhos de produção caseira são palavras livres ou possíveis diálogos que possam nascer deste lugar para outros, passo a passo, como pedras soltas que surgem no caminho…
Com as magnólias a anunciar a primavera, a mudança chega entre as nuvens cinzentas do frio e da incerteza… Brotam as primeiras flores para mostrar a renovação e na passagem do tempo o belo e a natureza persistem!
Finalmente hoje é o dia do equinócio! A longa noite vai deixar chegar o sol ao Hemisfério Norte! Começa uma nova estação com todo o chilrear e os cheiros característicos! É o dia de limpar Portugal! Eu não fui… Mas tento fazer o meu dia-a-dia mais ecológico possível, seja o que for que isto signifique! Para todos os que estiveram activamente nesta iniciativa e a limpar o país, os meus parabéns e muito obrigada!!!
Deixo aqui o apontamento de louvar estação da fertilidade e do renascimento!
E de adorarmos e respeitarmos a natureza! Que apesar de tudo persiste e resiste!
Que venham assim novos tempos em que nos reencontramos com a natureza!
Novas ideias de mais comunhão e solidariedade!
A primavera chega então cheia de esperança e alento para os nossos corações!
Respiramos e vivemos, graças a este todo do qual fazemos parte e tendemos a destruir, convém não esquecer que a vida é curta e frágil e que a mãe natureza é que nos sustenta!
Tio artista dos caracóis e das longas pestanas, contador de mil histórias e aventuras que muitas vezes ficavam pelas reticências…Ficando o fim suspenso em branco, restando apenas o brilho no seu olhar e um sorriso cúmplice de malandragem!
Sorriso puro de quem procurou encantar-se pela vida, pelas luzes e o calor na solidão…
Tio artista das palavras livres e sábias, das cores garridas e da eterna geometria!
Esperaste pacientemente esse dia, de finalmente chegar sossegado à tua casa!
Percorreste as estradas imensas eternamente jovem com os cabelos ao vento e o sorriso rasgado… Nesses carros clássicos antigos e na tua sempre mota! Sempre livre como um lobo solitário, mas sabendo sempre onde pertencias!
Lembro-me bem de brincar com os seus caracóis e de o ver chegar com a sua mota…
Eterno viajante partia para ir de encontro ao desconhecido com um sorriso entre as orelhas e chegava com o olhar de quem tinha histórias a contar, lenga-lengas a partilhar!
Ia e chegava com a mesma leveza, de quem é livre e sonha em voar mais alto, pois no fundo sentia ter o mundo às suas costas! Mas andava e circulava como um eterno espírito único!
Anjo caído na terra, curioso da vida e da infindável experiência, inocente nas suas intenções… vieste com vontade de descobrir!
Narrador de fértil imaginação e lógica única… Eram serões entretidos até se perder o fio da meada... Este saía sempre vitorioso como fio do pincel, das linhas e dos traços geométricos… E as cores… essas são da sua alma, pujantes como o seu sangue, sólidas pela sua força interior e o que parece ser tosco ou simples, era mesmo essa sua essência, que traçava gestos e sentimentos verdadeiros sem opacidade… Mas cada qual no seu pequeno universo, no seu pequeno quadrado, entre a sua área e dimensão… Que por sua vez se insere em múltiplos outros quadradrinhos, como pequenos frames, que se interligam a outros infinitamente e fazem parte de uma longa história!
Cresci contigo, com esse espírito que fumegava entre os vários SG Ventil e alguns cafés que se multiplicavam num pequeno encontro ou numa visita pela tarde… O tio dos caracóis e dos milhares de cigarros! Foram anos, em que talvez, procuravas a paz enquanto carregavas contigo esse mundo às costas!
Lá vinha o tio aéreo na sua mota voadora! Chegava a voar!
Olhos brilhantes de onduladas pestanas e sorriso genuíno, de quem se entrega e sente sem pudor… Eras assim… E ás vezes, barafustava ás avessas, encolhendo os ombros e recolhendo-se na sua toca, na sua casa, onde enfim estava sossegado… Fora das confusões!
Passava por excêntrico, talvez alienado da dimensão comum, mas centrado em valores comuns! Saudades desse teu eterno espírito único!
Quantos pensamentos e reflexões… Um dia disseste-me como só pensava em dinheiro… De facto agora percebo como a ordem das prioridades não estava correcta…
Como se não houvesse amanhã
E para aurora da eternidade
Nos bailes de todas as luzes
E daquela luz que vive em ti
Baila até à exaustão
Levando as memórias
Trazendo novas histórias
A dança transformadora
Libertadora dos transes hipnóticos
A dança das essências que mostra o
Que está por dizer sem palavras
Mais o que fica oculto nas profundezas
E tudo o que não vem sem a força do corpo
Mais os gestos que se dobram em movimentos
E constroem novos eus, trazendo outros consigo
Amigos ou inimigos mas que vivem em ti
E riem ou choram contigo
Baila, baila até morrer…
Fotos Isabel Munõz
Mulheres meninas
Passo a passo aprendem a saltar
Mulheres lutadoras
A cada dia, a cada hora
Mulheres irmãs
Cúmplices de sorrisos e lágrimas
Mulheres sonhadoras
De grandes sentimentos e tanta generosidade
Mulheres cortesãs
Dos feitiços e da magia de encantar
Mulheres misteriosas
Eternos enigmas e ocultos segredos
Mulheres mães
Sábias dos instintos e da família
Mulheres férteis
De paixões, de amor e de ideais
Mulheres carnais
Fogosas das artes e da sedução
Mulheres poderosas
Pela paciência, perdão e persistência
Mulheres de sonho
Transformam o banal em algo melhor
Mulheres de tempos idos
Das bisavós ou avós ou das bruxas, rainhas e princesas
Mulheres d’agora
Alguns pássaros livres, muitos de gaiola
Mulheres da doçura
Da delicadeza do amor universal
Mulheres vulcão
Força contestatária e avassaladora
Mulheres da vida
Lutam por viver e por amar
Mulheres inteligentes
Que têm voz e oportunidade de actuar
Mulheres eternas
Da burka, dos saltos altos, dos ténis, das ligas de renda, da esfregona e da vassoura, dos tachos e do avental, do sari e do véu, da política e da horta, de deus e da rua, da solidão e de todos, do palco, da TV e do computador ou da agulha, da caneta e do pincel… De todas as cores e sorrisos, por darem à luz e por existirem assim femininas!
E às que lutaram por estarmos hoje aqui e a todas que continuam a lutar diariamente!
Ilustração Cristina Valadas_Prémio Nacional De Ilustração 2007
Verde luminoso, quase florescente do musgo molhado…
Estradas e curvas que nos levam ao além e o verde que brilha mesmo…
Perde-se e encontra-se ali… a natureza que fica e nós como seus filhos…
As luzes e cheiros inebriantes… E o som… Ouvem-se os pássaros e a água que escorre e goteja… Silêncio…
Outra dimensão, sempre que se consegue entrar e libertar-se de tudo o que pesa, é ruidoso ou distrai!
Ali somos eu, eu formiga, eu sem volume, sem corpo e sem vaidade!
Chora a abraçar a árvore, ela te entenderá, julgas tu nesse amparo…
Abraça e deixa escorrer as lágrimas, deixa cair sem arrependimento, solta as mágoas e as dúvidas…
Abraça com força e recebe um novo eu, que está ali, na árvore e dentro de ti!
Escuta o silêncio e deixa-te estar nessa dimensão!
E volta sempre…
Dia 1
Para começar… a falar, a sentir, a escutar…
Dia 1
Para aprender… a olhar e a renovar…
Dia 1
São todos os dias e todas as manhãs, em que se desperta como se ontem fosse passado e amanhã é futuro longínquo!
Dia 1
É agora…
Dia 1
Para perdoar… a dar, a pensar e a abraçar…
Dia 1
Para sorrir… a esquecer e a dançar…
Dia 1
São ciclos que se fecham e outros que recomeçam, ou são novos marcos que iniciam etapas!
Dia 1
Para lembrar dos erros e do que fica de melhor…
Dias eternos, onde se ditam promessas, sonhos e vontades…
Dias ou instantes que tudo inflectem, mas avança em seguida…
Para continuar a lutar sempre a sorrir!
Para não parar de partilhar e evoluir…
Dia 1
De hoje e da paciência porque são dias que se repetem, noutro formato, noutra circunstância…
Dia 1
Da mudança e da transformação!
Caminhámos sem parar, em busca do paraíso perdido, sabendo que não estaria longe, continuámos sem parar…
A trilha da vida, trilha das metas, dos sonhos a percorrer e a procurar…
Sonhem e caminhem que o futuro pode ser bom!
Caminhámos a vislumbrar as paisagens, os sons, a sentir os cheiros e a força da natureza! Continuamos sabendo que chegaríamos ao paraíso!
Sobe e desce pelas pedras, a trilha de lama, trepa e desce devagarinho, pois a vida como este caminho tem muitas precauções!
A trilha das nossas vidas é feita de mil curvas, com obstáculos, subidas e descidas, mil trajectos, mil paisagens… Existem músicas para todos os gostos e há encontros que são para toda a vida! Assim seguimos…
Extasiados com a natureza, eis quando surge um encanto mais, uma borboleta, dançava e parecia brincar, uma borboleta rodopiava e encheu aquele lugar de música!
Borboleta azul, baila, baila! Leva-nos para onde a tua beleza nos encanta mais!
Borboleta azul, linda, de onde surgiste?! Encanta-nos!
Que sorte poder olhar-te, nem que seja uma vez ou um segundo! Borboleta azul…
Seguimos de novo, cheios de força e com a alma confortada! Sobe e desce, sobe e desce, cuidado, atenção a terra resvala e a lama escorrega…
Cansados e mudos, vislumbramos de novo a borboleta azul, assim quieta como se nos captasse toda a tenção, para a sua beleza e para a quietude daquele momento! Que paz!
Borboleta azul, voltaste e chamaste por nós! Conta-nos o que já viste e o que gostas?!
Vens com Deus e com amor?! Sim, parece que sinto e recebo a tua mensagem!
Borboleta azul, muito obrigada! Por este momento e por nos lembrares das coisas simples e verdadeiras! Como a entrega do amor na natureza e nos reencontros se podem criar em qualquer momento, em qualquer lugar ou circunstância!
De vez em quando apareces de novo! Hummm… Borboleta azul!
(Inspiração: Litoral Norte 2007 Brasil)