Mad ou crazy dreams, não são apenas sonhos desfeitos ou demasiado loucos para serem escritos, talvez sejam devaneios ou desvios da rota normal, para rir, chorar ou saborear como um chocolate… Sonhos de produção caseira são palavras livres ou possíveis diálogos que possam nascer deste lugar para outros, passo a passo, como pedras soltas que surgem no caminho…
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Estrela veloz
Uma estrela veloz adorava viajar. Deslocava-se em alta velocidade para conseguir chegar mais longe. Às vezes parava para conversar com outras como ela, isto é, brilhantes e incandescentes, mas a maioria estava ali a girar sobre si mesmas, ora um pouco mais azuis ora um pouco avermelhadas. A estrelinha veloz, apenas queria saber para onde ia, se aquela direção era correta. Apesar de que o certo e o errado não contam muito no universo, o que conta é a ação e a energia, e aí, ninguém lhe ganhava! Talvez apenas aquelas fogosas gigantes que ardiam e tudo atraiam em seu redor, essas para a estrelinha veloz eram como avós que tudo iluminavam e guiavam.
Entre as suas correrias que mais pareciam um carrocel, a estrelinha veloz, ás vezes parava para admirar as cores que surgiam no fundo preto do universo ou o rasto de luzes provocados por alguma amiga sua ou um primo afastado. Esses eram um pouco doidos para ela, pois estavam um pouco à deriva, como se estivessem em eterna queda livre e não se podiam desviar de obstáculos volumosos de matéria que giravam sobre si mesmos, como ilhas no mar. Sempre que isso acontecia (era muito frequente), a estrelinha veloz, tentava acompanhá-los nessa velocidade louca e despedia-se desejando tudo de boooom.
Após muitas viagens no vasto universo a estrelinha veloz, sentiu-se estranha, já era difícil percorrer rápido grandes áreas e demorava muito a chegar onde queria. Um dia ficou muito frustrada, pois já parecia não sair do mesmo lugar. Até que percebeu, que estava a crescer, perguntava-se se isto era ficar velho? Expandir-se assim, por conseguir ficar maior e brilhar com tanta força, que ás vezes sentia que brilhava mais que aquele que parecia chamar-se sol.
Ali, pensou que até que era bom ficar no mesmo lugar, ou melhor, ver tudo assim em camera lenta e não se preocupar tanto com o infinito universo. Ela estava a criar o seu lugar também! Aprendeu como podia crescer mais, sabia que tinha que dormir e comer de uma energia e assim a cada dia que passava estava formosa e tão brilhante. Ardia como nunca e crescia.
Lembrou-se de tudo o que vira e pensava agora em aprender a comunicar com as suas amigas brilhantes que por ali pairavam, adorava todo o universo, porque aprendeu tanto e conseguir tornar-se numa estrela grande e não apenas veloz. Desejava nunca cair e fica ali eternamente e apenas crescer num novo fogo, nova forma e novo ser. A estrela existia no universo.
Num estado de meditação a estrela grande já só desejava dar luz e caminho na escuridão e abrigo a todas as estrelas, sem rumo, perdidas. Com este desejo fez amigos que eram seus vizinhos e abriu-se a uma nova estrela para juntos criarem a grande estrela nova. E começou uma nova família de estrelas…
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