sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Fruto de outono
Caiem como folhas soltas ao vento, tudo se transforma e seca e parece até a apodrecer...
São frutos do amadurecimento, caiem com tons ocres e vermelhos do quente do seu interior e do desprendimento da longa e seca estação...
Chegam novos ares que trazem consigo a chuva abundante as tempestades arrassantes e o retiro para a colheita do frio...
Sim, esta é a a estação que prepara o recolhimento, as uvas, os medronhos, as castanhas e romãs... Dávidas que anunciam que terminou o fruto fresco e chega o fruto seco do verão...
Quem semeou, já colheu e espera agora à lareira a nova faina começar...
No fogo vejo o futuro, anseio o frio, mas conforta-me a alma ao saber o quão a vida é generosa e joga por vezes injustamente para balançar de novo o equilíbrio dos opostos e as energias em choque e em explosão... Vejo os ciclos e sinto o fogo interior de tudo... que tudo gera e apaga.
O cheiro outono vem no vento que começa a arrefecer o corpo e a luz brilha mais por espreitar de soslaio... Á espreita ilumina com freixes de luz, deixando sombras e brilhos cintilantes... Choveu e veio a bonança, gosto da vontade de me abrigar em sossego e de deixar-me estar com os sons no exterior... Caiem as folhas e os últimos frutos marcam a despedida da época do sol para festejarem a vinda das águas que tudo lava e fortifica, renovando outro começo...
Sabores que se desfazem na boca, sumos que se diluem é fresco, doce e amargo também, são assim as contradições desta estação, que nos leva a crer que é possível dançar como no verão, mas no fundo é a despedida da bonança e o começo de um outro início dos tempos, de outra estação e outras conversas na companhia do fogo...
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
"Graffiti_ From the Underground to the Mainstream"
This cool outrageous film, "Exit through the gift shop", tells something about this theme from "the underground to the mainstream... It's a must see!
And I humbly have something to say too... I've studied a bit about the amazing art work of Graffiti and Street art!
Words from my master thesis...
(...)"The language of subversive art emerges as a new code that speaks for itself in the amid of a urban, capitalist, consumerism and global context. Claims public space in a territory not yet occupied, also competing with advertising, but to subvert their messages it is also to encroach the common area.
The act of doing graffiti raises the existence of man in the world. It leaves its legacy, their signature, their message or artwork, so they know of its existence and emerge from anonymity to fame and go to eternity.(...)
(...) "A linguagem subversiva ou artística surge como um novo código que fala por si, no meio de um contexto urbano, capitalista, consumista e global. Reclama um território no espaço público que ainda não foi ocupado, competindo também com a publicidade, ao subverter as suas mensagens que também são usurpadoras do espaço comum.
O acto de fazer graffitis eleva a existência do homem no mundo. Este deixa o seu legado, a sua assinatura, a sua mensagem ou arte, para que saibam da sua existência e para sair do anonimato e passar para a fama ou para a eternidade."(...)
Master Thesis in Communication
Universidade Católica Portuguesa
Faculdade de Ciências Humanas
Orientação de Professor Fernando Ilharco
Copyright 2011. All rights reserved.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Confio nas Sombras
Que se transformam e transmutam com o tempo e a luz. Que se diluem no tempo dos astros e nos iludem nos seus neóns.
Doces ilusões brilham e cintilam na escuridão da noite até ao amanhecer quando somos ofuscados pela intensidade do sol. Começa de novo a magia do dia e o sussurro da brisa que ecoa do vento, nascem sombras e reflexos, outras visões, outro espiritos?
Realidade transformadora que mexe em tudo o que não é estanquee tudo se modifica em múltiplas imagens, formas e noções do que é, pode ser ou talvez seja momentaneamente criando a alusão entre os sentidos e a dita realidade, que é tão vasta e infinita na sua concepção e existência. Como é belo o simples rastro da vida, o que é por instantes.
sábado, 12 de novembro de 2011
A estrela
Cada dia. Um dia de cada vez. A luz do sol aquece a alma e da lua traz o mistèrio.
Um dia que passou, outro que vem, são dias de vida ou parecem muitas e outras vidas.
Vive-se com dias curtos e outro longos e plenos. Sente-se sem dias e horas, apenas vive-se sem a consciência desse tempo, dentro do tempo e do que se perde por saber-se.
Pensamentos vagos ficam suspensos entre o ontem e o amanhã, promessas de sonhos ou palavas soltas no tempo do vento, sem vagar e intenção, apenas o sentir da brisa, com os cabelos ao vento e o sol que afaga a pele. Após o dia a noite que se recolhe mais intensamente no frio, sente-se um desamparo de quem está só e os dias podem ser noites indiferentes aos astros e à passagem das estações e do tempo do tempo... Fazem-se tempos e perdem-se outros. Não.
Tudo se desfaz na efemeridade da matéria, é o tempo que materializa e nos condena ao fim. Mas a eternidade faz-se em vãs palavras e banais emoções, são vida enquanto são no tempo que existem e as vontades que o comandam. Agora é tempo de amar e criar com o trabalho.
Trabalha-se para que o tempo seja infinito, a noção do fim perpétua-se no incógnito, de tanto saber e nada saber, nada pois as palavras, as intenções e o conhecimento escapam-se nas viagens do tempo, assim sem fim e sem sentido... São como caminhos sem tempo que trazem algum significado, alguma... vontade para além da sobrevivência e da ambição. Quanto tempo sobrevivo assim e quanto tempo falta para alcansar aquela meta e conquista? Entretanto falta um tempo para a morte e o que ficou entretanto entre os tempos do tempo. Intervalo.
Paro sem cismar, sigo sem temer mas levo comigo a vontade de conectar-me à energia de todos os tempos, aquela que faz acontecer, pára relógios e multipla o tempo em dimensões surrealistas, que pairam entre o ser e o saber, entre o sentir e acreditar.
O luto da tristeza é um tempo limitado espera-se. Ou talvez, seja o tempo guardado que se deve perder no universo da vida e fica lá como uma estrela da memória, que marca pelo seu brilho alguns nuances desses tempos. São estrelas da vida que definem algumas rotas são trajectos a repetir se assim o desejarmos ou necessitamos.
Olhai as estrelas senti como partiste outrora e conseguiste tanto ou viveste tanto, e tentastes mesmo sem os feitos, mas com os factos que brilham lá no alto e tanto nos contam sobre tempos idos e revividos e outros tão perto e parecem tão longe... As estrelas guiam-nos por caminhos escuros e cegos de sonhos e ilusões, mas o medo pode paralizar-nos no tempo e na visão. Tempos obscuros de dúvidas e tristezas, aqui entra o abismo entre viver ou morrer na vida, entre ser por tentar ou ficar nesse vivo, sem restar nada, mas apenas a possibilidade de ver a estrela no coração. Essa sim, é para a vida e só no fim, fará parte do universo, como matéria suspensa no tempo de outras matérias e outras histórias. Como o último adeus da eterna despedida e a certeza do vazio do tempo.
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