sábado, 12 de novembro de 2011
A estrela
Cada dia. Um dia de cada vez. A luz do sol aquece a alma e da lua traz o mistèrio.
Um dia que passou, outro que vem, são dias de vida ou parecem muitas e outras vidas.
Vive-se com dias curtos e outro longos e plenos. Sente-se sem dias e horas, apenas vive-se sem a consciência desse tempo, dentro do tempo e do que se perde por saber-se.
Pensamentos vagos ficam suspensos entre o ontem e o amanhã, promessas de sonhos ou palavas soltas no tempo do vento, sem vagar e intenção, apenas o sentir da brisa, com os cabelos ao vento e o sol que afaga a pele. Após o dia a noite que se recolhe mais intensamente no frio, sente-se um desamparo de quem está só e os dias podem ser noites indiferentes aos astros e à passagem das estações e do tempo do tempo... Fazem-se tempos e perdem-se outros. Não.
Tudo se desfaz na efemeridade da matéria, é o tempo que materializa e nos condena ao fim. Mas a eternidade faz-se em vãs palavras e banais emoções, são vida enquanto são no tempo que existem e as vontades que o comandam. Agora é tempo de amar e criar com o trabalho.
Trabalha-se para que o tempo seja infinito, a noção do fim perpétua-se no incógnito, de tanto saber e nada saber, nada pois as palavras, as intenções e o conhecimento escapam-se nas viagens do tempo, assim sem fim e sem sentido... São como caminhos sem tempo que trazem algum significado, alguma... vontade para além da sobrevivência e da ambição. Quanto tempo sobrevivo assim e quanto tempo falta para alcansar aquela meta e conquista? Entretanto falta um tempo para a morte e o que ficou entretanto entre os tempos do tempo. Intervalo.
Paro sem cismar, sigo sem temer mas levo comigo a vontade de conectar-me à energia de todos os tempos, aquela que faz acontecer, pára relógios e multipla o tempo em dimensões surrealistas, que pairam entre o ser e o saber, entre o sentir e acreditar.
O luto da tristeza é um tempo limitado espera-se. Ou talvez, seja o tempo guardado que se deve perder no universo da vida e fica lá como uma estrela da memória, que marca pelo seu brilho alguns nuances desses tempos. São estrelas da vida que definem algumas rotas são trajectos a repetir se assim o desejarmos ou necessitamos.
Olhai as estrelas senti como partiste outrora e conseguiste tanto ou viveste tanto, e tentastes mesmo sem os feitos, mas com os factos que brilham lá no alto e tanto nos contam sobre tempos idos e revividos e outros tão perto e parecem tão longe... As estrelas guiam-nos por caminhos escuros e cegos de sonhos e ilusões, mas o medo pode paralizar-nos no tempo e na visão. Tempos obscuros de dúvidas e tristezas, aqui entra o abismo entre viver ou morrer na vida, entre ser por tentar ou ficar nesse vivo, sem restar nada, mas apenas a possibilidade de ver a estrela no coração. Essa sim, é para a vida e só no fim, fará parte do universo, como matéria suspensa no tempo de outras matérias e outras histórias. Como o último adeus da eterna despedida e a certeza do vazio do tempo.
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