segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tarde no parque















Existe momento mais paradisíaco, quando é possível viajar para o parque e deleitarmo-nos na natureza... Tudo parece perfeito, em plena harmonia. Sente-se a luz a entrar pelos pequenos orifícios da pele e das folhas, aquecendo a todos e a tudo, deixando um rasto de magia pelo ar....
A brisa, ah a brisa, eleva docemente os cabelos no ar, olhámos para cima e as folha parecem dançar com uma melodia que parece vir do fundo da terra, doutros tempos, em que a natureza reinava e tudo era harmonia e paz... Ouve-se os pássaros, quantos chilreares distintos, oh alegria contagiante!
O verde, o verde entra-me pela alma dando-me um alento do renascer como se também fizesse parte de cada caule de relva, fazendo parte do manto onde estou deitada prestes a entregar-me ao sonho dos duendes verdes, que tudo fazem crescer e contaminam a vida por todos os lados, parece que cresço uns milímetros mais... É o sol, pai da vida e do calor, Apolo da perfeição, vá ilumina o meu ser! Deixa-me purificar, oxigenar e crescer como as plantas! Humm, o doce calor, é maravilhoso!
A tarde no parque, olho em redor e tudo parece em perfeita harmonia escuto mais ainda, uns batuques a ritmar a preguiça da tarde, as gargalhadas ao longe... Todos estão relaxados e a desfrutar desta energia e do ambiente que a natureza proporciona, em companhia de amigos , da família e dos quatros patas... Correm tanto, jogam, brincam atrevidamente, estão felizes... Todos jogam até trazem o circo para o parque com malabarismos e futuros trapezistas a treinarem ao fundo... Juro que até vejo fadas! Eis se não quando uma voz grita e perfura agressivamente a too much harmony generalizada, “esto es mio, para que lo sepan, que es mio!...” E com a rapidez que chegou também foi e levou o seu mau humor consigo, talvez para nos lembrar que nem todos estão de boa onda e que de facto é um privilégio estar alí! Continuámos a saborear da tarde, das conversas, do vinho e dos petiscos.... Que delícia.... Do rezingão nem há rasto! E entre as árvores do outro lado, o brilho da água, do lago... Nada melhor do que estar na natureza e ver a água a deslizar, os patos a nadar e as folhas que parecem flutuar e o reflexo do céu como o espelho mágico que adivinha o futuro, mas que nas suas sombras profundas escondem mistérios... É demais, a tarde no parque chega a ser terapeûtica! Estar deitado e olhar a copa das árvores é do melhor que há, ver cada folhinha a dançar com o vento, como a orquesta sinfónica e pode ser até que o maestro seja Deus e que esteja a sorrir...
Houve tempos em que rebolava na relva sem parar, quase que voava e ria sem parar com amigas, ou girávamos, girávamos de mãos dadas num circulo rodopiante até cair de quase desmaiar e de riso!
Agora de dia e aqui vejo e sinto o bom da ligação com a natureza, os amigos e este ritmo que parece ir mais devagar e dá-me uma sensação de eternidade... Fecho os olhos, desejo ficar assim no parque à tarde, sinto na minha boca os lábios doces como fruta fresca de quem me desperta para a realidade, e de quem já é muito familiar e sorrimos os dois... Dou uma volta pelo parque, gostaria a agora de completar a fantasia romântica e seguimos os dois no barco a remos, a conversar, a rir seguindo pelo lago da eternidade...

Sem comentários:

Enviar um comentário