quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

2010


Que todas as luzes que virem esta noite, sejam luzes de artifício para o todo o ano!!!

Com mais confiança, caminhos e amor!

Bom ano para todos!

Feliz año nuevo!

Happy New Year!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Xmas in the bottle


A music, a poem or a whisper…
Magics words written in some old language
For those, who know just by the trace of some letters
People that treasure simple and beautiful things…

For all, even for those who’ll throw away
Without knowing, blowing away like the wind
Came and the tide brought a gift, garbage, perhaps…
For all, hopes in a million, perhaps away with misery…

A music, a poem or a whisper…
Lighting sounds of golden times and red carpets
For those, who can figure by the trace of some letters
This and that, is nothing but that, this is old funny shit!

For all, who know, an old shit may make a difference
Without guessing, just feeling warm in the wind…
What comes, goes back, I’m lucky perhaps…
For all in a million, I’m the lucky bastard!

A music, a poem or a whisper…
Divine preys for hearts full of forgotten love…
For those who lost faith and here memory rings!
Those who lost despair and are empty of feelings and dreams!

For all, who dare to see and learn,
To listen, understand, share to others…
Just by making that move, perhaps
By throwing back to sea the bottle!

In the end, keeping the message inside…

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mar


O mar transborda em mim, descontrola-se,
Com tanta força e tanto sentimento!
O mar vem com velocidade, vai outra vez e segue…
Assim, repete, sem calmia…

Mar salgado que ira é essa?!

Vem de novo e afunda-me…
Afunda-me, submersa olho em redor…
Não, não quero ser engolida pelo desgosto…
Por tanta dor, tanta mágoa! Não! De novo, mergulho…
Nesta profundeza que me suga ao fundo do meu ser!
Do Mar imenso!
Vejo então que posso morrer afogada na dor imensa!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

D. Quixote no metro


Um senhor de outros tempos...
A sua postura já tudo sugeria alguém distinto pelo olhar desenquadrado como um personagem que caiu ali por acaso, um senhor fora da realidade que o rodeia. Cada gesto e movimento, ao recusar-se sentar depois de lhe oferecerem lugar, ao estar de peito erguido perante a fauna do metro e o peso das suas costas, como um herõe que só existe nas histórias, do tempo medieval, como se fosse o D. Quixote ali no Metro!
D. Quixote de La Mancha que contas com esse olhar fundo... Olhos de quem já muito viu, mas ainda tem a visão de um falcão.
Fiquei intrigada com este senhor épico....
Era tarde já de noite, ambiente escuro de inverno e ambos não nos queríamos sentar no metro, seguiamos seguros de pé como uma viagem banal do metro. Sugeri apenas que se encostasse no cantinho, já que as curvas do metro conseguem até derrubar um homem com semelhante envergadura... Assim foi, ficámos encostados os dois e comentei que já não conseguia estar mais sentada, que estive sentada 8 horas no trabalho, ao que ele responde que também esteve umas 8 horas sentado, mas ao lado da sua mulher, num hospital e agora regressa a casa sozinho. Mas porquê digo eu, e ele responde com voz factídica que tem sido assim à 10 anos, de ir e voltar do hospital, durante 10 anos desde que a sua mulher tem alzeimer...

Fico estupefacta e digo-lhe com a maior das admirações, que dedicação que grande amor! Este senhor que no final fiquei sem saber o seu nome, acaba por falar em tom de desabafo da sua incredibilidade perante a vida. No quanto se passa tempo a trabalhar e os anos passam e parece que nada levamos, que tanto esforço dedicamos e acabámos sem nada.
Concordo com as suas palavras e olho para a sua expressão de olhar fundo, entrando nas profundezas da sua alma, que já está vazia de sonhos e está repleta de realismo, parecendo que no seu interior talvez o vento esteja a uivar e a silvar ao bater nas memórias já vividas e entre um presente que o fado determinou com um peso e agora a sua vida pesa... Mas o vento não pesa, pode gelar, pode isolar, mas traz a leveza do que é vazio e de quem já nada espera... Talvez.
Caras ou expressões que nos trazem impressões, que nos sugerem histórias e fantasiamos sobre cada ruga profunda daquele rosto, marcas do passar dos anos de todas as alegrias e as tristezas. Senti-me então como uma criança que aprendera a andar e ainda não se equilibra, ainda não pode com o seu próprio peso. Perplexa e tudo o que dentro de mim que pesava foi-se perdendo em fumaça, porque ali ao meu lado estava aquele olhar e aquela pessoa, que traz consigo uma velha maleta de memórias e sofrimentos inimagináveis e eu senti-me ridícula perante a minha existência, que tinha passado um dia que parecia que o mundo tinha acabado, que nada fazia sentido e que estava perdida no caos. Apenas voltada para o meu ego e a micro vida que tenho...
Continuamos a conversar, e ele insistia que da vida não levamos nada e que passámos o tempo a trabalhar, a trabalhar e no final que levamos?! Nada... Mas tentei afirmar a minha palavra perante tal verdade nua e crua, ao dizer e a sua mulher? E tudo o que passou com a sua mulher? Acaba por encolher os ombros e afirma que sim. E digo-lhe e quantas histórias viveram os dois e tanto para contar ao que ele, confirma com uma expressão e um som cúmplice ("pfffff"), afirmando que não há palavras para tanto e que eu nem podia imaginar.
D.Quixote dos tempos modernos continua a falar um pouco de si e um pouco de tudo, de como viveu a guerra e se sentiu um guerreiro de rua com os seus amigos, de como também o melhor que levámos no final são todos os bons livros e algumas ideias na cabeça, falou-me de livros imprescindíveis, Dois mil anos de história de um tal conde... Nisto enquanto tentava escrever e me deleitava, no momento em que ia perguntar o seu nome, D. Quixote dos tempos modernos salta na estação do Liceu e simplesmente diz "adiós"...
Entre mim, ficou uma lufada de ar fresco que me fez tocar na minha insignificância, e como perdemos tempo a discutir, a tentar reafirmar ideias ou sentimentos, a posicionar-se num lugar, a tentar recuperar o tempo e o que poderia ter sido e já era.
Obrigada D.Quixote, obrigada por surgires no meu caminho, no metro!
(Barcelona, Dezembro 08)

"(...)
¿Quién menoscaba mis bienes?
Desdenes.
¿Y quién aumenta mis duelos?
Los celos.
¿Y quién prueba mi paciencia?
Ausencia.
De ese modo, en mi dolencia
ningún remedia se alcanza,
pues me matan la esperanza
desdenes, celos y ausencia.

¿Quien me causa este dolor?
Amor.
¿Y quien mi gloria repugna?
Fortuna.
¿Y quién consiente en mi duelo?
El cielo.
De ese modo, yo recelo
morir de este mal estraño,
pues se aumentan en mi daño
amor, fortuna y el cielo.

¿Quién mejorará mi suerte?
La muerte.

Y el bien de amor, ¿ quién le alcanza?
Mudanza.
Y sus males, ¿ quién los cura?
Loucura.
De se modo, no es cordura
querer curar la pasión,
cuando los remedios son
muerte, mudanza y locura.
(...)
Soneto
Santa amistad, que con ligeras alas,
tu apariencia quedándose en el suelo,
entre benditas almas en el cielo
subiste alegre a las empíreas salas:
desde allá. cuando quieres, nos señalas
la justa paz cubierta con un velo,
por quien a veces se trasluce el celo
de buenas obras que a la fin son malas.
Deja el cielo, ¡oh amistad!, o no permitas
que el engaño se vista tu librea,
con que destruye a la intención sincera;
que si tus apariencias no le quitas,
presto ha de verse el mundo en la pelea
de la discorde confusión primera. "

"Don Quijote de la Mancha"
Miguel de Cervantes

terça-feira, 24 de novembro de 2009

No fundo do mar


Como dizer por palavras cada vez que sentimos que o mundo se revolve dentro de nós.
A gravidade da terra suga-nos para dentro, e ficamos sem saber o que encontrar e como sair. Pudessemos sempre acreditar e sonhar que é possível, que o que importa é o que somos, os consequentes actos e que a esperança é a última a morrer.

Criam-se metas, rotas e fazem-se caminhos a partir do que se vive e do que se tenta acreditar. Mapas que se vão delineando como as palmas das nossas mãos, com marcas fundas e profundas mas que se vão deformando ténuamente, assim como alguém que é embalado para dormir, como os bébés... Dorme, dorme entra num sonho profundo descansa quando acordares, talvez a história já seja outra, talvez diferam as cores...

Um dia o despertar pode ser tão radical, como se o mundo estivesse de pernas para o ar, ou de repente tudo esteja em slow motion, até parecer tudo paralizado... Podendo ficar entre a respiração e os ruídos, entre a atmosfera e os cenários. Também o lado pictórico da vida capta por vezes os nossos sentidos, quando se misturam os sentimentos com as sensações. Como se nos encontrassemos ou nos perdessemos num mundo colorido e nós ficámos baços de cinzento, ou num mundo a preto e branco, surgindo alguns pontos luminosos que despertam a atenção... Quando o real parece sonho ou a realidade nunca deixou de ser surrelista... Entre o banal e o bizarro, os simples gestos que nos tornam humanos ou animais...

Caminhar entre a multidão, vivendo num pulsar do passo de todos e de ninguém, cada um segue solitário o seu caminho, cruzando olhares, caras, cheiros e gestos... A vida da cidade, talvez surja uma palavra, uma conversa ou um conflicto, talvez se retenha na memória, ou se perca em mais uma das mil imagens diárias que nos entram desavergonhadamente na nossa cabeça e que permanacem ou desaparecem como fumo...
Saber estar, falar e viver em sociedade, sobreviver e sonhar pode parecer uma quimera que oscila entre o pesadelo e o melhor sonho das nossas vidas...

Vamos ao som de tic tac, ti tac, tic tac... Assim sem parar, há energia, há saúde, cabeça e pernas para andar, para criar e para acreditar, seguimos, lutámos e continuamos... Tic tac, tic tac... Há contas de matemática que não deveriam existir! O tempo, como uma entidade apenas a ser relevada quando tivesse significado, quando o processo de algo traz algo eterno ou perdurável, com uma utilidade ou importância vital... Por exemplo, a duração de uma relação sexual, a gestação de um embrião até ao parto, a cura da carência de sentimentos, o crescimento da semente até planta ou árvore, até o leite ser manteiga ou queijo, até se conseguir pescar um peixe, escrever o melhor livro das nossas vidas, até o vinho ser realmente bom, até uma criança aprender a andar e a falar, até todos conseguirem pedir desculpa ou voltarem atrás, ou um passo ao lado como o caranguejo...
Até descobrirmos o nosso eu ou estarmos em paz com o mesmo, até pararmos de sonhar, até a água ferver, o elevador chegar, a confiança em alguém brotar, até um homem se corromper, até perdemos os cabelos e os dentes e até a morte chegar... Parem os relógios, a sintonia da vida tem o seu ritmo próprio, cada qual com a sua melodia e o seu pulsar...

Fecho os olhos e imagino-me dentro do mar flutuando como se voasse entre os peixes e aprendo a escutar a sua música, vejo então como tudo pode ser simples... Basta observar e deixar-nos mergulhar na dimensão da cada lugar, cada momento, cada pessoa e circunstância e fechar sempre os olhos e escutar o fundo do mar...

Voltemos o tempo atrás, qual sería o nosso papel noutra época, que protagonismo teríamos?! Hipóteses vagas, num tempo onde ainda existia menos lugar para as pessoas, agora podemos representar vários papeis e sobreviver como actores de rua, evitando cada conflicto, aprendendo a cada dia encarando de frente a precaridade do que existe, pois amanhã a história pode ser outra... Na boa viela somos tudo e não somos nada, mas é preciso muito, muito para esquecermo-nos de nós, do que foi e do que pode ainda ser!
Continuando, tirando as máscaras, fechando os olhos estamos no fundo do mar, todos a sorrir.

Melodias do faroeste

On the road


Percorre-se a estrada, os kilómetros avançam ou ficam para trás,
Paisagens, recordações, cheiros que passam e desaparecem
A estrada que desafia a partida, o recomeço ou o passado
Que se olha de frente com a vontade de avançar
A decisão ficou com o arranque do motor e não se olha para trás,
Avança-se ao voltar no tempo, parado pelos olhares perdidos.

Regressa-se à terra de ninguém,
Onde o vento agreste comanda os passos e o destino
E parecem estar todos à deriva, suspensos no deserto
Onde o vento impiedoso arrasta tudo e ficam os restos
a esvoaçar, os rolos de espigas enrolados no nada, perdidos.
Escureceu. Chegámos a meio caminho, paragem da estrada
Ninguém se cumprimenta, mas é a pausa merecida da estrada
Apenas os empregados sorriem com os olhos ávidos de
tudo e de nada, pois ali é lugar de passagem, onde tudo passa.
Excepto os souvenirs pendurados de vários clubs futebol,
vestígios da religião universal, linguagem comum que a todos motiva…
Parece que escuto a música… Trururuuuu… A entrada no saloon do faroeste…
Os olhares desconfiados e o demónio sentado no balcão
a sorrir… Hummm…É apenas o vento a uivar, que aos meus ouvidos soa a…

Contaram-me histórias de camionistas, pedaços de vidas duras que vão ficando pela estrada… Cavaleiros solitários, bravos heróis que se escondem por trás do volante.
Enfrentando os kms, ou viajando eternamente com a certeza no seu coração da liberdade! Paragens, em terras de ninguém, alguns abraçam o coração neón que pisca pisca na escuridão da estrada, como um apelo… Outros, seguem companheiros solidários dos kms infinitos que levam consigo como uma leve mochila, de um lado ao outro, apesar de levarem toneladas… Escolhas que se fazem pelo caminho!

Finda a noite da Lua redonda laranja, recomeçou a viagem que transporta o tempo! O tempo no lugar dos olhares perdidos e das palavras que se esqueceram de dizer, aquelas que importam!
Dormir na estrada, é entrar num estranho sonho, em que deixam de importar o espaço e os lugares, mas sim o que levamos dentro dali e de acolá… Onde?! Apenas um lugar que se chama de lugar, por deitarmos a cabeça descansados sobre a almofada das boas recordações, que nos fazem sorrir a dormir e talvez ao acordar…Sorrir com a certeza que são as pessoas que neles vivem e que vão connosco na viagem!
Subo para a nave espacial… Aqui vamos nós de novo! A caminho do objectivo, da rota cumprida, da carga a descarregar e a carregar nova, novas bagagens, novos destinos…
A vista é panorâmica e segue um filme antigo de velhas paisagens, desenhos nas nuvens, graffitis que animam edifícios abandonados, dos campos esquecidos…
As paisagens modernas dos montes repletos de moinhos gigantes, amigos ecológicos! Desertos de tecnologia… Seguem-se mais kms, a música acompanha o filme…
Entrámos num túnel interminável, de novo, a escuridão e são muitas as luzes e as ventoinhas, que acalmam ou despertam memórias ocultas…que passam… seguimos pelo túnel da luz amarela que hipnotiza, até que… a luz invade tudo outra vez! E conectei-me ao dia!

Chegámos à cidade do destino!
Dias que voaram na tempestade entre abraços e sorrisos amigos e o vento levou algo mais consigo… Levou as mágoas e trouxe vida àquele inóspito lugar a que se chama, terra de ninguém pelo desentendimento e pela morte de grandes sentimentos e grandes sonhos… São lugares áridos de sentimentos e de compaixão, ali as palavras transformam-se em pedras, a música em poeira e tudo seca, até o brilho dos olhos e as lágrimas não caiem, mas evaporam-se com as altas temperaturas da tensão acumulada, pelo ódio contido e as mágoas guardadas e os sorrisos são gargalhadas que ecoam mordazes e maléficas… O vento levou consigo toda a poeira, sim, no final o que resta é a poeira que desaparece…
Dias intensos que floresceram em lugares verdes e virgens pela pureza e a magia, imagens, palavras, gestos e abraços que serão eternos e brilham ofuscando outras recordações, outras cores que insistem em voltar... Como pó que entra nos olhos…
Volto costas à cidade carregada de malas, quadros e livros, pesos que fazem parte de mim, trapos, pedaços de mim recuperados, histórias e cultura que não sei viver sem e quadros queridos dos meus tios pintores, a arte, fiel amiga dos momentos íntimos e solitários… Parto com ajuda e desta vez sem olhar para trás, com a certeza, de uma vontade, de simplesmente avançar!

Voltámos à estrada…
Ao ritmo de 90km por hora, a paisagem que se estende de novo, parece alguém que se despe, rebola feliz na cama e mostra tudo, sem guardar vergonha… Os mesmos nomes repetem-se de terras como, Deleitosa, Contamina e a vila divida pela estrada, a típica vila de passagem, sem carisma, quase sem ruas e o seu único brilho são as luzes neón rosa e azul do céu, este é o faroeste ibérico, em Molinos Negros! Terras de alguém, mas parecem vultos que ali vivem!
Afinal, olho para trás, é inevitável perante semelhantes retrovisores gigantes, vejo a passagem que fica para trás e relembro que nada deixei ficar, apenas levo no peito a saudade da cidade que em tempos me hipnotizou e que ficará sempre com uma porta aberta para voltar!
A viagem de regresso foi mais longa, não apenas pelo peso das memórias e da bagagem, mas pela aventura de levar um camião que perdia gasóleo, sim, com três furos roubaram gasóleo… Sorte que são máquinas que levam muito… e de habilidades macgyver do meu companheiro desta viagem! Parámos literalmente no meio do nada, uma bomba de gasolina que estava rodeada do nada, umas montanhas ao longe e a estrada que nos levou até ali e nos leva a sair de novo… Mas antes cuidado, afinal há gente crente neste fim do mundo, respeito que estenderam o tapete para Meca e de joelhos abrigados do vento pelo camião rezam a Alá… Desculpem interromper, vamos seguir, é que faltam muitos kms… Desculpem…
De noite ao som de trance, parecemos por fim avançar… E eis que surge pela escuridão, o TGV veloz, iluminado pelas luzes do futuro no breu da noite, o comboio fantasma que seguia em direcção oposta a nós, e voltava, ora nos acompanhava ou despedia-se e desaparecia nas montanhas da escuridão… O comboio fantasma, que levou consigo todos os meus medos e os demónios que me atormentavam a cabeça…vai veloz…vai TGV fantasma!
Mais uma noite na estrada… O gasóleo está a aguentar e a obra de tapa furos também! O dia clareou efectivamente quando vejo a primeira placa com Portugal… No fundo… Há sempre um lugar que é nosso, o das origens e da infância e dos eternos amigos…
Uff… Sabe bem, por fim, chegar a Lisboa e a casa…

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

terça-feira, 17 de novembro de 2009

True words and feelings don't last forever


How long takes a person to die?
How long takes a memory to vain?
How long takes a new birth to happen?

Everything seems to change,
All is just a short moment that happens.
Nothing stays, everything is and was!

Eternity was, it happened.
Happiness is, maybe, will be…
Certainly happiness was,
True lovers were, were gone,
Only memory is eternal!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

LITTLE ROUNDABOUT

Where we all go in circles
There’s a big chance we might meet
There are a million opportunities to each one
Where we all fight for live
Where we all crush into something

Little Roundabout
Where we can get lost
There’s nothing like it
There’s just living it
Where we dance, laugh and cry
Where all goes and comes

Little Roundabout
Where are you taking me?
I’ll go with you
I’m going in circles
Circles are taking me
Wait I can’t keep on
On going around
Around all alone

Little Roundabout
Full of expectations
Where there’s all and there’s nothing
A journey that seems to end one day
Till then let the roundabout take me
Take me on this journey with all the chances
And the risks, but I’m going
Watch out little roundabout!
Here I am!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tempo espacial


Corria velozmente a agarrar pelas mãos o coração que me saltava pela boca…
Entorpecida pela minha própria ilusão segui cegamente na corrida dos sonhos!

Ali, onde o sol está presente o ano inteiro e a luz afaga-nos a face ternamente…
Vive-se o hoje e o amanhã é o último dia a sentir! Como se amanhã fosse a última vez que se olhava para o azul do céu e as árvores ao vento…
Na cidade dos encantos a vida é agitada e melancolicamente feliz!
“Mañana es hoy y es lo que hay!”
Cidade dos condes e dos bairros! As pessoas são a tua beleza, aqueles que eternamente lutaram e lutam para construir cada pedaço de ti, que brilha ao sol! Hummm, sedutora feminina, ninguém resiste aos teus encantos! Todos se deixam levar pela beleza em redor e pela pujança nas tuas veias!
“En cada calle, una historia, en cada esquina una sonrisa perdida… Hay dos vidas en ti, día y noche! Te hecho de menos…”
Cidade de passo e de fluxos, não tão veloz para que se possa esquecer de um rosto ou de uma voz, mas a um ritmo que faz correr, saltar “ó bailar”!
“Baila, baila, vuela, vuela…”!
Ali o tempo é outro, vejo agora como estava acelarada, para o bem e para o mal…
Contagiante forma de viver, a energia da cidade é um vicio… Pelas pessoas implacáveis na sua acção, que competem, são directos e agem com vitalidade! E todo o fluxo dos que vêm beber do teu sangue ou consumir desse brilho!
É agitada com todo o seu esplendor! Mas no meio da confusão existem refúgios que nos acolhem e lembram que é terra de gente autêntica de olhares profundos, que revelam uma força interior!
Aqui, agora, o tempo é lento e envolvente como um abraço que persiste na memória…
Saio para a rua, percorro de “bici” as ruas da cidade e sigo com o pulsar de todos… Seguia veloz e a sorrir por sentir tal energia!
Não sei que tempo é este, que vivo agora, se do regresso ou da pátria… A das origens e da minha cultura…
Aqui, agora, o tempo é outro e discorre suavemente, talvez pela gente, que tanto gosto tem em comer devagar pra saborear.
O seu jeito de falar e fazer é mais pausado e delicado, para o bem e para o mal… Aqui o rude é tonto e segue enganado como o caracol, ou é o tubarão que engole todos sem piedade…
Os pequeninos tentam correr pelas suas pernas curtas, mas são artistas quase de circo com as suas perícias para alcançarem o que sonhavam ou o que acreditam! Os graúdos comportam-se normalmente a defenderem o seu castelo…
São esses, os artistas que se movem com astúcia, percorrendo os atalhos e as vielas, sabendo no fundo que já está a chegar outro ritmo! Que o tempo é agora e o amanhã está em constante construção! Há que lutar, saber ser artista, como num trapézio ou a deslizar suavemente pendurados num tecido e a sorrir com a magia que o amanhã está a acontecer… Lá fora a brisa adormece, mas dentro os leões rugem!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sabedoria das palavras


Não busques para lá.
O que é, és tu.
Está em ti.
Em tudo.
A gota esteve na nuvem.
Na seiva.
No sangue.
Na terra.
E no rio que se abriu no mar.
E no mar que se coalhou em mundo.
Tu tiveste um destino assim.
Procura o mar.
Dá-te à sede das praias
Dá-te à boca azul do céu
Mas foge de novo à terra.
Mas não toques nas estrelas.
Volve de novo a ti.
Retoma-te

“Cânticos”
Cecília Meireles

Depois do DocLisboa: "THE REVOLUTION THAT WASN'T"

terça-feira, 27 de outubro de 2009

My sweet disappointment


You were all
The whole world to me

I still dream on you
And see us smiling

What a sweet picture
The sun was going down
And we hold our hands
It looked like you were singing?!

You were all
The whole world to me

My sweet dream

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tarde no parque















Existe momento mais paradisíaco, quando é possível viajar para o parque e deleitarmo-nos na natureza... Tudo parece perfeito, em plena harmonia. Sente-se a luz a entrar pelos pequenos orifícios da pele e das folhas, aquecendo a todos e a tudo, deixando um rasto de magia pelo ar....
A brisa, ah a brisa, eleva docemente os cabelos no ar, olhámos para cima e as folha parecem dançar com uma melodia que parece vir do fundo da terra, doutros tempos, em que a natureza reinava e tudo era harmonia e paz... Ouve-se os pássaros, quantos chilreares distintos, oh alegria contagiante!
O verde, o verde entra-me pela alma dando-me um alento do renascer como se também fizesse parte de cada caule de relva, fazendo parte do manto onde estou deitada prestes a entregar-me ao sonho dos duendes verdes, que tudo fazem crescer e contaminam a vida por todos os lados, parece que cresço uns milímetros mais... É o sol, pai da vida e do calor, Apolo da perfeição, vá ilumina o meu ser! Deixa-me purificar, oxigenar e crescer como as plantas! Humm, o doce calor, é maravilhoso!
A tarde no parque, olho em redor e tudo parece em perfeita harmonia escuto mais ainda, uns batuques a ritmar a preguiça da tarde, as gargalhadas ao longe... Todos estão relaxados e a desfrutar desta energia e do ambiente que a natureza proporciona, em companhia de amigos , da família e dos quatros patas... Correm tanto, jogam, brincam atrevidamente, estão felizes... Todos jogam até trazem o circo para o parque com malabarismos e futuros trapezistas a treinarem ao fundo... Juro que até vejo fadas! Eis se não quando uma voz grita e perfura agressivamente a too much harmony generalizada, “esto es mio, para que lo sepan, que es mio!...” E com a rapidez que chegou também foi e levou o seu mau humor consigo, talvez para nos lembrar que nem todos estão de boa onda e que de facto é um privilégio estar alí! Continuámos a saborear da tarde, das conversas, do vinho e dos petiscos.... Que delícia.... Do rezingão nem há rasto! E entre as árvores do outro lado, o brilho da água, do lago... Nada melhor do que estar na natureza e ver a água a deslizar, os patos a nadar e as folhas que parecem flutuar e o reflexo do céu como o espelho mágico que adivinha o futuro, mas que nas suas sombras profundas escondem mistérios... É demais, a tarde no parque chega a ser terapeûtica! Estar deitado e olhar a copa das árvores é do melhor que há, ver cada folhinha a dançar com o vento, como a orquesta sinfónica e pode ser até que o maestro seja Deus e que esteja a sorrir...
Houve tempos em que rebolava na relva sem parar, quase que voava e ria sem parar com amigas, ou girávamos, girávamos de mãos dadas num circulo rodopiante até cair de quase desmaiar e de riso!
Agora de dia e aqui vejo e sinto o bom da ligação com a natureza, os amigos e este ritmo que parece ir mais devagar e dá-me uma sensação de eternidade... Fecho os olhos, desejo ficar assim no parque à tarde, sinto na minha boca os lábios doces como fruta fresca de quem me desperta para a realidade, e de quem já é muito familiar e sorrimos os dois... Dou uma volta pelo parque, gostaria a agora de completar a fantasia romântica e seguimos os dois no barco a remos, a conversar, a rir seguindo pelo lago da eternidade...