Acordei e levantei-me
Lembrei-me que dia era hoje e pensei no que tenho para fazer
O telefone toca e atendo
Bebo café e mastigo o pão
Agarro nas coisas e saio, a porta bate.
Na rua, caminho e oiço música do mp3
Sorrio e cumprimento quem me deseja um bom dia!
Entro numa porta e sento-me
Espero até que me chamam
Entro noutra porta e sento-me
Ali, começa o diálogo entre quem
Me faz perguntas e eu respondo,
Mas 2 segundos decorrem entre 2 olhares apenas,
Porque já se sabe para bom entendedor,
Meia palavra basta e, sim, podem durar 2 segundos!
2 beijinhos e um sorriso
Saio e bate a porta.
Caminho de novo pela rua
Agora, oiço entre os carros, os pássaros
Vejo o azul e a nuvem
Chovem gotas grossas e pára
O arco-íris, quantos segundos dura?!
Seguem passos onde o passeio terminou
Passo-a-passo, a olhar de frente na berma
Na berma, recuo ao muro e vejo o camião,
Na berma, escorrego e caio na valeta
O camião e eu, eu e o camião
Não vejo, sinto a dor da queda humilhante
Em 2 segundos senti o alcatrão e…
Ao terceiro, levantei-me num salto, ao quarto, senti o vento
E olhei para trás, já passou em velocidade.
Volto a mim e suspiro
Respiro e agradeço
Continuo e penso nos 2 segundos…
Tanto sabor em cada slide vivido. E tudo com a graciosidade embalante de um carrocel a fundir cores e sentidos. Leve. E fluída. A música é eterna e a dança incessante guia-lhe o corpo em cada movimento desejado. E ela sabe-o bem. Respira. Agradece. E continua. Por prados floridos ou areia molhada, por degraus de granito ancestral ou rude alcatrão, o seu passo continua, leve. E há-de continuar sempre... a saborear cada slide vivido.
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